Policiais investigados em homicídio teriam coagido testemunha a apagar as imagens do caso
Os dois sargentos e o subtenente investigados na morte do caminhoneiro Francisco Pereira, de 47 anos, continuam presos preventivamente. Os três militares estão custodiados suspeitos de atrapalhar a investigação. O promotor de Justiça Assuero Stevenson Pereira Oliveira explica que o Ministério Público recebeu a denúncia de que eles teriam tentado intimidar uma testemunha a apagar imagens que mostram a dinâmica do caso. A vítima morreu após ser alvejada durante uma perseguição policial a um motociclista que estaria em atitude suspeita. A suposta intimidação não foi registrada. A defesa dos PMs nega qualquer tentativa de obstrução da Justiça.
“Eles estariam tentando coagir um comerciante a apagar as imagens do que tinha acontecido. Isso é muito grave! vai de encontro a tudo, principalmente, com a investigação. Imagina uma pessoa que está sendo investigada por homicídio, recebe a visita de vários policiais, no estabelecimento, fazendo uma solicitação dessa! isso já é uma forma de intimidar. Por que apagar? por que visitar? quem está respondendo a alguma coisa deve esperar o momento oportuno para se manifestar”, questiona o representante do MP.
Assuero Stevenson também questiona a demora na conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM) sobre o caso. O caminhoneiro foi morto em novembro deste ano no bairro Lourival Parente, zona Sul de Teresina, quando descarregava o caminhão.
“Existe uma investigação concorrente entre a Polícia Militar e a Polícia Civil. Existe um inquérito na Polícia Civil e eu requeri, desde novembro, o IPM. Achei estranho, até agora, esse IPM não ter sido concluído. Não existe muita dificuldade no esclarecimento. É estranho essa demora! Não é um inquérito em que precise se ouvir muitas pessoas, até porque a rua estava deserta”, avalia Assuero.
Otoniel Bisneto, advogado que defende os militares, diz que não há indícios de que os PMs tentaram atrapalhar a investigação. Ele argumenta que o tiro que matou a vítima partiu de uma terceira pessoa, supostamente, um vigilante, que presenciou a perseguição.
“Não há nenhum indício de que foram eles foram ao comércio. Reafirmo que, quem foi ao comércio, foi o comandante do batalhão para tentar coletar estas imagens. Aí fica a pergunta, por que o empresário não entregou as demais? O que que ele tá querendo esconder? Quem ele está querendo acobertar? “, questiona o advogado.
O caso segue investigado pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) que solicitou a reconstituição do caso.
Fonte: Cidade Verde.