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Bahia pode perder 50 toneladas de manga com tarifaço dos EUA

A partir de 1º de agosto, a aplicação de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros ameaça causar sérios prejuízos à fruticultura baiana, especialmente à produção de manga no Vale do São Francisco. Com a medida, a Bahia pode deixar de exportar até 50 mil toneladas da fruta, segundo estimativas do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb) e do Senar, Humberto Miranda.

A preocupação é especialmente significativa porque os EUA são o segundo maior comprador da manga produzida no estado – atrás apenas da União Europeia. A fruta é cultivada principalmente nos municípios de Juazeiro e Casa Nova, com uma parte da produção se estendendo até o estado de Pernambuco. Nessa região, cerca de 20% do volume exportado, oriundo de 50 mil hectares, tem como destino o mercado norte-americano.

“A situação é grave, pois 60% da manga baiana é escoada para os Estados Unidos. A perda pode ser ainda maior se não houver uma solução diplomática urgente”, alertou Miranda.

De acordo com ele, os EUA costumam adquirir grandes quantidades da fruta durante janelas específicas de exportação – períodos curtos que exigem intensa mobilização logística. A janela atual teve início no fim de julho e se estenderá até meados de novembro. Em 2024, as exportações para os norte-americanos já haviam sido reduzidas, totalizando apenas 36 mil toneladas. Para o segundo semestre, a expectativa era de retomar o volume médio, entre 48 mil e 50 mil toneladas, mas esse cenário está comprometido diante da ausência de acordo entre os governos.

A principal porta de entrada da manga baiana continua sendo a Europa, com destaque para a Holanda, que redistribui o produto para países como Alemanha e França. No entanto, o mercado europeu não é capaz de absorver, sozinho, a produção que seria destinada aos EUA, o que pode levar à perda de parte da safra.

 

Fonte: InfoPI

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