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Auditoria identifica, entre 2016 e 2025, R$ 4,4 bilhões pagos a pessoas mortas

TCU aponta que diversas falhas na base de dados das informações de óbitos do Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc) permitiram os pagamentos indevidos.

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou, entre 2016 e 2025, o pagamento de R$ 4,4 bilhões a pessoas mortas. O valor engloba benefícios previdenciários, trabalhistas, folha de pagamento de servidores ativos e benefícios assistenciais –como o Bolsa Família.

Inicialmente, o ministro Jorge Oliveira, do TCU, citou em seu voto o valor de R$ 2,7 bilhões pagos entre 2016 e 2024. Depois, apresentou o número mais recente de R$ 4,4 bilhões contalizado até fevereiro de 2025.

O relatório aponta falhas na base de dados do Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc), responsável por registros de nascimento, casamento, óbito e natimorto.

De acordo com o TCU, o sistema deixou de registrar cerca de 13,1 milhões de óbitos, o que permitiu pagamentos indevidos.

Benefícios previdenciários correspondem a 91% de pagamentos indevidos feitos a falecidos segundo o TCU — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Benefícios previdenciários correspondem a 91% de pagamentos indevidos feitos a falecidos segundo o TCU — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Um dos objetivos do Sirc é apoiar e otimizar o planejamento e a gestão de políticas públicas que demandem o conhecimento e a utilização dos dados.

Em fevereiro de 2025, último mês analisado pela auditoria, foram pagos R$ 21,2 milhões em benefícios previdenciários a mais de 11 mil pessoas com registro de óbito no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

Segundo o ministro-relator Jorge Oliveira, no mesmo mês, 650 servidores, aposentados ou pensionistas da administração pública federal também receberam pagamentos com indícios de óbito no SIM, somando cerca de R$ 3,6 milhões.

Recomendação do TCU

O TCU recomendou a regularização do banco de dados do Sirc e o cruzamento das informações com outras bases públicas.

O ministro Bruno Dantas classificou os valores como “alarmantes” e “escandalosos”. “Fomos incapazes, como nação, de integrar os nossos sistemas de forma eficiente”, disse.

“Uma certidão de óbito deveria, por exemplo, comunicar imediatamente o INSS para que o pagamento de benefícios fosse cessado”, completou.

TCU avalia que falta investimento e assistência às secretarias estaduais — Foto: TV Globo/ Reprodução

Pagamentos do Bolsa Família

Segundo o TCU, também foram identificadas falhas na verificação de pagamentos do programa Bolsa Família em fevereiro.

Nesse caso, os pagamentos do programa social foram feitos a 971 pessoas com registro de falecimento no SIM, totalizando um montante de R$ 580 mil.

Fonte: G1

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