Prefeitura de Padre Marcos mobiliza caminhões-pipa para enfrentar falta de água nas torneiras
A cidade de Padre Marcos, localizada no semiárido piauiense, vive dias de grande dificuldade em razão de uma grave crise no abastecimento de água. Em vídeo publicado nas redes sociais nesta segunda-feira (2), o ex-prefeito e atual chefe de gabinete do governo municipal, Valdinar Silva, fez um pronunciamento para a população, detalhando o problema e destacando as medidas que a Prefeitura vem adotando para minimizar os impactos desse cenário crítico.
Segundo Valdinar, a escassez de água nas torneiras já se arrasta há mais de cinco dias e tem causado sofrimento generalizado entre os moradores da sede e da zona rural. O problema, conforme explicou, foi ocasionado pela queima de uma bomba responsável pela captação de água no Açude do Estreito. O equipamento permanece submerso e sem qualquer previsão de substituição ou reparo por parte da empresa responsável.
O chefe de gabinete também destacou o impasse envolvendo a Agespisa, empresa estadual que até recentemente era responsável pelo sistema de abastecimento, e a nova concessionária privada que adquiriu os serviços. “A Agespisa afirma que não pode mais intervir, pois os serviços já foram vendidos, mas a nova empresa ainda não assumiu oficialmente a gestão, e sequer há uma data prevista para que isso aconteça”, lamentou Valdinar.
Prefeitura mobiliza ações emergenciais diante da omissão das concessionárias
Diante da inércia das empresas responsáveis pelo abastecimento, a Prefeitura de Padre Marcos decidiu agir de forma emergencial para garantir, minimamente, o acesso da população à água potável e de uso doméstico. De acordo com Valdinar, a prefeita Williane Kelly determinou o deslocamento imediato de carros-pipa, que normalmente abastecem a zona rural, para atender também a população urbana da cidade.
“A situação é grave. A seca atingiu fortemente o interior, deixando as cisternas secas, e agora a sede do município também está sem água. Mesmo sem apoio do Exército ou da Defesa Civil, estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para amenizar o sofrimento da população”, afirmou.
Na manhã desta segunda-feira, seis caminhões-pipa foram mobilizados e começaram a distribuir água nas residências da sede do município. O abastecimento, como ressaltou Valdinar, é voltado ao uso essencial: cozinhar, tomar banho e realizar atividades domésticas básicas. “É água para o básico. A população pode abrir suas portas porque os carros já estão circulando pela cidade”, disse o gestor.
Moradores pagam caro por um serviço que não recebem
Durante o pronunciamento, Valdinar também chamou atenção para a indignação dos moradores do povoado Riacho do Padre, que enfrentam problemas crônicos no abastecimento há meses. Segundo ele, mesmo pagando mensalidades que variam entre R\$ 30 e R\$ 100, os moradores não recebem água com regularidade. Cansados da situação, já se articulam para acionar o Ministério Público.
“O povo está pagando caro por um serviço que não recebe. É inadmissível que se cobre uma conta de água no dia 30 se a população está há vários dias sem uma gota nas torneiras”, criticou.
Crise hídrica coincide com o início dos festejos de Santo Antônio
A falta de água acontece justamente às vésperas do início dos tradicionais festejos de Santo Antônio, padroeiro do município, que começam oficialmente no dia 31 de maio e seguem até 13 de junho. A situação acende um alerta para os impactos que a crise poderá causar no evento religioso, que movimenta não só os fiéis, mas também o comércio local e os serviços públicos.
“É lamentável que Padre Marcos comece os festejos sem água. Precisamos que a Agespisa, que ainda emite as faturas e cobra da população, assuma sua responsabilidade enquanto o processo de transição com a nova empresa não é finalizado”, concluiu Valdinar.
Apelo por solidariedade e ação
Ao final do vídeo, o chefe de gabinete fez um apelo à compreensão dos moradores e à atuação urgente dos órgãos competentes. “Estamos fazendo o possível, mas precisamos de respostas. A população não pode ser penalizada pela irresponsabilidade e lentidão na resolução de um problema tão sério”, enfatizou.
A Prefeitura de Padre Marcos segue monitorando a situação e intensificando os esforços para garantir o abastecimento emergencial até que uma solução definitiva seja apresentada pelas empresas responsáveis pelo fornecimento de água.
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