O Silêncio de Acauã: Como a Política local Abafou a Música na cidade e aumentou o volume em Paulistana
Em um capítulo curioso e repleto de reviravoltas da vida municipal de Acauã, a ExpoAcauã, um evento marcado no calendário com a mesma expectativa que se tem por uma final de Copa do Mundo, foi cancelado, gerando um burburinho que ecoou além das fronteiras da cidade. O cancelamento veio como um balde de água fria, e as razões por trás disso poderiam compor um enredo digno de análise crítica, não fossem elas tão intrincadas nas malhas do poder local.
A trama começa com o prefeito Paulo Sérgio, e seu antecessor, conhecido popularmente como “Molão – o imbatível” que parece terem transformado a gestão da cidade em um duelo de egos, onde a cooperação é tão rara quanto chuva no deserto. A versão oficial aponta para uma recomendação do Ministério Público como a causa do cancelamento, mas os murmúrios entre os cidadãos sugerem um desentendimento político tão profundo que até a ExpoAcauã teve de pagar o pato.
Nesse cenário, emerge Joaquim da Farmácia,
o prefeito da vizinha Paulistana, que com a elegância de um urso dançando balé, ele tenta arrebatar as atrações da ExpoAcauã para si. Tendo visto na confusão uma oportunidade de ouro. Ele supostamente desviou as atrações da ExpoAcauã para sua própria cidade, carregando a consigo um ar de aproveitamento tão evidente quanto um elefante em uma sala de estar. A troca de Tarcísio do Acordeon por João Gomes foi a cereja no topo dessa operação, marcada por uma audácia que flertava com a arrogância.
O deputado Georgiano Neto, prometendo bandas sob a condição de uma harmonia política que parece tão factível quanto acertar os números da loteria, acabou por retrair sua generosidade quando a união falhou. O resultado? Acauã perdeu não apenas as atrações, mas a chance de vivenciar um evento que é tanto uma celebração cultural quanto um motor econômico. Acauã perdeu a esperança de um evento que prometia movimentar não só os corações dos fãs de música, mas a economia local.
Assim, o que poderia ter sido um capítulo de celebração na história de Acauã acabou por se tornar uma comédia de erros, onde as maquinações políticas ofuscaram os verdadeiros interesses da comunidade. Joaquim, embora tenha tentado se posicionar como o grande salvador da música regional, acabou mais como um personagem de uma farsa, onde a linha entre o astuto e o oportunista é tão tênue quanto a paciência dos cidadãos desapontados.
Esse episódio deixa uma reflexão: em um mundo ideal, a política serviria ao povo como um maestro serve à sua orquestra, com harmonia e propósito. No entanto, o que vemos é uma partitura que, por vezes, desafina, compondo uma sinfonia onde os interesses da comunidade parecem ser apenas uma nota de rodapé. Deixando claro que, na política local, muitas vezes o povo é que fica sem dançar.
Fonte: Cidades em Foco